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Hoje durante a aula de filosofia a professora perguntou para
sua turma o que era a felicidade. Não houve respostas concretas, apenas
murmúrios incertos. Isso me deixou desconcertada, afinal nunca havia parado
para pensar neste assunto. No final, cheguei a uma opinião própria.
O que é a felicidade; é um fragmento de êxtase em sua vida,
como um alucinógeno lhe fazendo efeito. E como qualquer outra droga, o efeito
se vai em pouco tempo; você pede por mais e seu corpo acaba se acostumando,
aquilo vira uma rotina monótona, perdendo toda a emoção que lhe proporcionava
no começo. Você quer fugir dos problemas, esquecer as aflições e enxergar
apenas você no topo de sua prioridade. Por isso, você começa uma caçada pelo
novo conjunto de drogas que irá injetar em sua alma em busca de uma felicidade
cada vez maior. Você só quer um alucinógeno novo, algo que te desligue do mundo
por muito mais tempo do que da última vez. A felicidade é aquilo que faz você
esquecer o desespero, a dor, o arrependimento. Você fica vazio de qualquer
sentimento ruim, e o que você considera uma paz interior não passa de um buraco
oco, esperando ser transbordado de problemas mais uma vez. Por mais que seja
uma mera ilusão –e você sabe disso, lá no fundo- você continua sua busca. Você
precisa drogar sua vida pelo menos mais uma vez. Pois a felicidade é uma ilusão,
uma ilusão passageira.
Também podemos considerá-la como uma fonte de água pura.
Você de repente encontra a fonte, e ela sacia suas necessidades. Ela é tão
prazerosa que você se agarra a esta, necessitando de seus benefícios. Às vezes
você tenta se afastar, mas sente-se incomodado, precisa estar junto desta mais
uma vez. Você volta. Ela te sacia. Uma hora, a fonte acaba. E é então que você
sai em busca de uma nova fonte.
Um assunto também preocupante é onde as pessoas buscam sua
felicidade; algumas encontram numa família, o que é positivo. Em fazer o bem,
na sua humildade, na felicidade alheia. É algo fácil de dizer, mas extremamente
difícil de encontrar - eu mesma conheço poucas pessoas de quem admiro a forma
de ser feliz. Alguns encontram prazer em gastar dinheiro, satisfazer desejos
carnais, traição, causar transtornos, intrigas, rompimentos, inimizades. Outros
só conseguem ser felizes praticando o sadismo, humilhando aqueles que
consideram estar abaixo de seu patamar ou invejando a felicidade alheia. Quanto
mais aqueles que você inveja tornarem-se uma pessoa destruída e infeliz, mais
prazer você sentirá. Pode parecer algo grosseiro de se dizer, mas a sociedade
se resume nisso. Esmagar o próximo. Sugar sua vida. Os orgulhosos conseguem se
reerguer, mas muitos preferem continuar destruídos no chão. Isso é algo que
quase todos já passaram; serem derrubados para o prazer de alguém, um ser tão
inferior, mas que se enxerga como o Deus de um mundo que ele mesmo criou.
E com esses pensamentos eu tive certeza de três pontos.
Primeiro, a felicidade é algo ilusório, um truque de mágica. O orgulho é o
combustível do corpo, e sem o combustível você morre - literalmente. E o último
que percebi ao tentar descobrir o que tornava alguém mais feliz: o altruísmo só
existe em contos de fadas.
E vocês, caros leitores: O que te tornam mais felizes?
"Do pó não surgi,
Mas ao pó retornarei.
E nesta existência asfixiante
minha felicidade esperarei"
Com carinho, Lilium.
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